Pós-modernismo

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Recentemente tive que ler e fazer um resumo do livro “Pós-modernismo. Um guia para entender a filosofia do nosso tempo“, do teólogo Stanley J. Grenz. Não é uma análise profunda, mas sim uma introdução ao tema. Achei bem interessante, e por isso compartilho aqui este sintético resumo:

Para compreender a pós-modernidade é preciso conhecer sua antecessora, a modernidade, pois aquela vem surgindo como oposição a esta, através da contestação dos seus fundamentos.

O fundamento da modernidade é a razão. Continuar a ler

Teologia do Prato

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Hum… acho que nós (a sociedade em geral) valoriza demais os cães simplesmente por serem “bonitinhos” e “espertinhos”, tratando-os com uma dignidade as vezes maior do que a de um ser humano. Muitos cachorrinhos passeiam vestidos e perfumados em calçadas de bairros de luxo, enquanto alguns humanos catam comida no lixo da cidade suja.

Por outro lado, o porco é visto como o símbolo da sujeira, da imundície. E por tanto os olhos humanos vêm nele tão somente a matéria prima para o bacon, a linguiça… etc. Para a nossa sociedade, o porco é como um recurso mineral qualquer. Ou seja, não tem nenhum valor por ser vivo, mas apenas por ser útil.

Mas então, comemos ou não comemos?

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Feminismo cristão?

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Gostei do insight que me trouxe o pensamento de Chesterton. Mas acho que se a intenção dele era reprovar o feminismo, a crítica não é válida. Em minha simplicidade, acredito que o feminismo surgiu como uma reação a um contexto em que as mulheres não apenas “ajudavam seus maridos”, mas eram em geral exploradas, abusadas e oprimidas mesmo. Foi algo realmente necessário. É claro que sempre houve exceções; sempre houve romantismo, cavalheirismo… Mas a regra geral, ao que me parece, sempre foi injusta. Por isso é natural que quando houvesse oportunidade elas se rebelassem contra um sistema que impunha a submissão das mulheres à rudeza e aos caprichos de homens que as viam como meras serviçais e objeto de uso sexual. Continuar a ler

Profetismo em Israel

Profetismo em IsraelNas páginas que se seguem, apresento um resumo do livro “Profetismo em Israel. O profeta. Os profetas. A mensagem.”, de autoria de José Luiz Sicre, professor na Universidade de Granada e no Pontifício Instituto Bíblico de Roma, licenciado em filosofia e doutor em Sagrada Escritura. Este resumo se concentra na segunda parte do livro “Os profetas”, devido à sua maior relevância para o iniciante na prática da exegese. Visto que a primeira parte trata-se de um estudo mais minucioso sobre a atividade profética, e a terceira dedica-se a uma tentativa de aplicação da mensagem dos profetas de ontem para os dias de hoje.

Ao selecionar o texto para compor este resumo, atribuí mais valor às informações referentes ao contexto e à vida de cada profeta, e menos aos dados mais detalhados como interpretações de passagens, opiniões de comentaristas, teorias sobre datação, etc. Penso assim poder captar os detalhes mais abrangentes, indispensáveis a qualquer abordagem do texto bíblico. De modo que ajude o estudante a captar a mensagem mais ampla de cada profeta, e que o livro seja mais facilmente manuseado posteriormente, na necessidade de informações mais profundas sobre textos específicos. Continuar a ler

Minima Sacramentalia: Os Sacramentos da Vida e a Vida dos Sacramentos – Leonardo Boff

0Sacramento. Segundo o dicionário Aurélio: “cada um dos sete sinais sagrados instituídos por Jesus Cristo para distribuir salvação divina àqueles que, recebendo-os, fizeram profissão da fé”. Mas o senhor Aurélio Buarque de Holanda não era um teólogo, a definição dele é uma síntese do entendimento católico de sacramento.

Segundo o catecismo da igreja católica:

Os sete sacramentos são os sinais e os instrumentos pelos quais o Espírito Santo difunde a graça de Cristo, que é a Cabeça, na Igreja, que é seu Corpo. A Igreja contém, portanto, e comunica a graça invisível que ela significa.[1] (grifo meu)

E ainda:

os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis sob os quais os sacramentos são celebrados significam e realizam as graças próprias de cada sacramento. Produzem fruto naqueles que os recebem com as disposições exigidas.[2] (grifo meu)

Podemos perceber então três características importantes do sacramento católico: é uma instituição de Jesus Cristo, é canal de recebimento da graça divina e é administrado pela “igreja”. Entretanto estes três pontos são facilmente questionáveis, mas vamos por enquanto nos ater a um deles, o primeiro. Continuar a ler

Inácio de Antioquia

BIOGRAFIA

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Nasceu na Síria entre 35 – 50 d.C. Pouco se sabe do início de sua vida e muito menos de sua família, segundo a lenda Inácio foi a criança que Jesus segurou em Mc 9:33 foi discípulo do apóstolo João, segundo Eusébio de Cesaréia sucedeu Evódio como terceiro bispo na Igreja de Antioquia. Segundo a lenda, Inácio foi a criança que Jesus segurou em seus braços em Mc 9:33. Escreveu sete cartas que foram escritas entre as breves paradas das suas viagens, estas são: a Policarpo de Esmirna, aos Efésios, Esmirniotas, Filadélfos, Magnésios, Romanos e aos Trálios.

Sua influência e autoridade era tão grande que era conhecido como Teóforo (do grego antigo ϑεοϕόρος, composto de ϑεο- “deus” e -ϕόρος “portador”) Por volta de 107 d.C, nono ano do reinado de Trajano, foi preso e levado a Roma, onde foi entregue as feras nos Coliseu. Inácio via o seu martírio como uma forma de anunciar o evangelho e como gesto de entrega ao Senhor. Continuar a ler

Influências gnósticas no filme “A Última Tentação de Cristo”

SINOPSE

A ultima     A Última Tentação de Cristo é um filme estadunidense de 1988, baseado no livro homônimo publicado em 1951 pelo escritor grego Níkos Kazantzákis. A obra conta a história de Jesus – não baseada nos evangelhos – desde os momentos anteriores ao início do seu ministério até a sua morte na cruz, passando por um período em que ele imagina como teria sido sua vida se não tivesse que se sacrificar pela humanidade. É fácil perceber que o personagem Jesus é bem diferente da pessoa descrita nos evangelhos. O drama cinematográfico traz várias variantes sobre a história e a pessoa de Jesus. Aqui será analisada a influência do pensamento gnóstico na trama do filme. Mas antes disso, é importante esclarecer um pouco o que é o gnosticismo. Continuar a ler

A influência do calvinismo na política

Politica       Em uma série de palestras posteriormente condensadas em um livro, o Dr. Abraham Kuyper discorreu sobre as influências do calvinismo sobre diferentes áreas da atividade humana, perante o Seminário Teológico de Princeton, em 1898. Entre estas áreas analisadas pelo teólogo holandês estava a política.

      Kuyper inicia a sua argumentação afirmando que “nenhum esquema político jamais se tornou dominante a menos que tenha sido fundado numa concepção religiosa específica ou numa concepção anti-religiosa.” E como ele nos mostra, o calvinismo não permaneceu inscrito na esfera da religião, mas abraçou todas as dimensões da sociedade, e não foi diferente com a política. Continuar a ler

A Neurose da Religião – Tom Hovestol (resumo)

Guias cegos

Em, A Neurose da Religião, Tom Hovestol  inicia o livro contando a sua experiência pessoal com o exemplo dos fariseus na bíblia. Ele conta que certa vez, ao ler o evangelho de Mateus procurando algum tema para uma palestra, o que mais lhe chamou a atenção foi o fato dos fariseus serem tão citados neste livro. Neste dia ele fez um questionamento a si mesmo. Consciente de que a Bíblia comunica a sua mensagem não apenas através de discursos, mas também de personagens nos quais podemos nos espelhar; e intrigado com o fato do evangelista Mateus ter dedicado tanto espaço nas páginas de seu livro para descrever essas figuras; o autor se pergunta: “será que alguma vez eu me comparo aos fariseus?”. A resposta é fácil, é claro que ele não se comparava a essa classe de pessoas. Nenhum cristão gostaria de ser comparado com um fariseu. Mas esse é o problema levantado pelo autor. Nós rechaçamos tanto esses personagens do Novo Testamento, que não ousamos nos colocar no lugar deles, ou tomar para nós as palavras que Jesus dirigiu a esses religiosos. Assim não estaríamos cometendo o mesmo erro que eles? O erro de já nos acharmos suficientemente justos? Continuar a ler